Severino faz chover
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Severino
Ana Maria Machado
Era uma vez um menino chamado Severino.
O menino não tinha nada demais era um menino como os outros. Magrinho, moreno, levado e cabeludo. A mãe brincava que ele também era “zoiúdo”, por causa dos olhos pretos, grandes e arregalados.
Severino era mesmo muito parecido com uma porção de outros meninos que a gente conhece.
A terra de Severino que não era muito parecida com uma porção de outros lugares que a gente conhece.
Sabe por quê? É que lá quase nunca chovia. Por isso a terra era seca, cheia de poeira, tudo era amarelo…
Muitas árvores não tinham folhas, nem flores, nem frutas gostosas… tudo estava seco, até o riozinho. E as pessoas iam ficando tristes.
Mas Severino não! Ele era muito alegre e cheio de ideias!
Um dia, resolveu fazer uma surpresa para todos – cismou que ia fazer chover – E perguntou para o pai:
_ Pai, como é que chove?
O pai disse que as nuvens guardavam uma espécie de aguinha, que um dia cai…
Quando viu umas nuvens lá no céu, começou a cantar:
_ Chove chuva, chove sem parar…
Mas não choveu.
Severino achou que as nuvens estavam muito altas e não ouviram.
Chamou outras crianças e cantaram:
_ Tomara que chova três dias sem parar, oi!…
Mas não choveu.
Aí resolveu mandar uma carta para as nuvens; mas ele não sabia escrever, nem seus amigos.
Fizeram, então, uma porção de desenhos para mandar: desenharam a terra seca, desenharam a chuva, desenharam a terra molhada, bonita, com muitas plantas e bichinhos bem felizes.
Adaptação: Prof.ª Gladys Barros
Amostras
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