Interpretação: A Borboleta e a Tartaruga
Atividade de interpretação do texto – A borboleta e a tartaruga e um pouco de revisão gramatical.
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A leitura é aprendida; mas você aprende a se tornar um leitor?
Ser leitor supõe uma forma de abordar o texto, de conciliar uma arte da presença e a distância certa em relação à alteridade do texto e ao outro do autor. Ler sem fazer a interpretação do que está sendo lido não tem valor.
Mas como ler e ter interesse na interpretação de textos?
Vamos refletir sobre como treinar nosso aluno para ter uma postura de leitor. Tal postura exige esclarecer a confusão que muitas vezes cerca a compreensão e a interpretação do texto e leva o leitor a se compreender pelo prisma do texto.
É construído a partir de uma abordagem ética que deve encontrar uma forma de conciliar a expressão da subjetividade do leitor, a integridade do texto e a liberdade criativa do autor.
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Da atividade de Interpretação do texto – A Borboleta e a Tartaruga
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Habilidades da BNCC:
(EF15LP03) Localizar informações explícitas em textos.
(EF35LP03) Identificar a ideia central do texto, demonstrando compreensão global.
(EF35LP04) Inferir informações implícitas nos textos lidos.
(EF35LP05) Inferir o sentido de palavras ou expressões desconhecidas em textos, com base no contexto da frase ou do texto.
Texto para copiar e colar no Word
A Borboleta e a Tartaruga
Era uma manhã ensolarada e a velha tartaruga, que vivia na lagoa há mais de cem anos, saiu para tomar sol.
Procurou um cantinho na margem, se ajeitou vagarosamente e lá decidiu ficar no maior sossego.
Naquela mesma hora, uma borboleta, que tinha acabado de nascer, apareceu por lá, batendo apressadamente as asas.
Toda agitada, olhando para tudo quanto é lado, sem saber por onde começar.
— O que será aquilo? — Pensou a borboleta quando viu a tartaruga.
E imediatamente pousou sobre ela.
— Pronto! Eu sabia que este meu sossego não ia durar! — Reclamou a tartaruga.
— Xô! Xô! Vai incomodar outra! Se você não consegue ficar um minuto parada, deixa em paz quem quer ficar tranquila no canto dela!
— Mas quem é você? — Perguntou a borboleta.
— Não está vendo que eu sou uma tartaruga?
— Que horror! — Gritou a borboleta. — Fui pousar logo em cima do bicho mais parado que existe no mundo. Que horror!
E foi embora do jeito que tinha chegado.
— Que bicho irritante! — Pensou a borboleta. — Eu não sei como alguém pode ficar a vida toda parada com tanta coisa para se ver.
— Que bicho irritante! — pensou a tartaruga. — Eu não entendo como alguém pode se mexer o tempo todo, sem ter um pingo de sossego.
E enquanto a borboleta voava, a tartaruga encolheu a cabeça e ficou onde estava.
— Que linda flor! Como é bonita aquela amarela! E a vermelha também! Você é uma árvore? Bom dia, passarinho! Vou correr atrás da abelha… Olha eu no espelho da lagoa!…
— Para que sair daqui, se o calor do sol está tão gostoso? — Pensou a tartaruga.
E assim o dia foi passando, e a tartaruga no canto dela pensava:
— Nada melhor do que uma boa dormida depois de um dia longo como este.
— Nossa! Já está anoitecendo e eu não vi quase nada! — Pensou a borboleta. — Como o dia foi curto!
Quando a noite chegou, a tartaruga decidiu ficar onde estava mesmo e só voltar para a lagoa no dia seguinte. E a borboleta, surpreendida pela escuridão, procurou um lugar para ficar.
— Vou pousar nesta pedrinha — pensou a borboleta, e pousou sobre a tartaruga.
— Que ventinho gostoso! — Pensou a tartaruga quando sentiu a borboleta sobre ela. E fechou os olhos.
Que pedra quentinha! — pensou a borboleta e dormiu.
Naquela noite, a borboleta sonhou que era tartaruga e a tartaruga sonhou que era borboleta.
A borboleta e a tartaruga. São Paulo, Ática, 1999. Liliana Iacocca
Interpretação do texto A Borboleta e a Tartaruga