O boto cor-de-rosa

Uma lenda encantadora para explorar o folclore e a ortografia com alunos do 3º ao 5º ano

O folclore brasileiro é um verdadeiro tesouro cultural, repleto de histórias encantadoras, personagens misteriosos e saberes populares que atravessam gerações. Entre as figuras mais conhecidas está o boto cor-de-rosa, protagonista de uma das lendas mais contadas na região amazônica. Aproveitar essas narrativas tradicionais em sala de aula é uma maneira eficiente de desenvolver a leitura, a interpretação e também conteúdo da língua portuguesa — como é o caso da atividade didática sobre a lenda do boto, destinada a turmas do 3º ao 5º ano do Ensino Fundamental.

A proposta do material apresentado combina leitura de texto literário, compreensão oral e escrita, estudo do folclore nacional e foco na ortografia da palavra “cor-de-rosa”, que carrega uma particularidade gramatical: o uso do hífen.

A importância do folclore na alfabetização e letramento

Trabalhar com lendas folclóricas em sala de aula amplia o repertório cultural dos alunos e fortalece a construção da identidade nacional. Além disso, esse tipo de texto estimula o gosto pela leitura, a oralidade, o debate e a produção de hipóteses sobre o real e o imaginário.

O boto cor-de-rosa é uma lenda típica da região Norte do Brasil, especialmente do Amazonas e do Pará. Segundo a tradição, trata-se de um boto que se transforma em um homem bonito e elegante nas festas juninas, com o objetivo de conquistar moças desacompanhadas. A história traz mistério, magia e um toque de humor que prende a atenção dos alunos, ao mesmo tempo em que oferece um excelente ponto de partida para trabalhar aspectos linguísticos e culturais.

O que a atividade propõe?

O material visual apresenta a lenda do boto de forma clara e acessível para crianças, com linguagem adequada e visual atrativo. A atividade começa com uma introdução provocativa:

“Você já ouviu falar de um boto que vira gente?”

Esse tipo de pergunta ativa o conhecimento prévio dos alunos e estimula a curiosidade antes da leitura. Em seguida, a lenda é apresentada de forma breve, mas fiel à tradição oral, com riqueza de detalhes que facilitam a visualização da cena: o boto perfumado, vestido de branco, dançando com uma jovem, desaparecendo nas águas e depois sendo apontado como pai misterioso de uma criança.

Logo após a leitura, há uma explicação ortográfica importante: o uso do hífen na palavra cor-de-rosa, diferentemente de outras cores compostas, como cor de laranja ou cor de mel, que não levam hífen.

Essa observação gramatical é fundamental, pois ajuda os alunos a compreenderem que nem todas as expressões de cores compostas seguem a mesma regra. A palavra “cor-de-rosa” é um caso fixo na ortografia da língua portuguesa, e esse destaque facilita a fixação da norma, já que vem acompanhada de um contexto lúdico e significativo.

Questões propostas no arquivo

A atividade propõe quatro questões para serem respondidas no caderno:

1. O boto cor-de-rosa é uma lenda de qual região do Brasil?

2. Escreva as características do boto de acordo com o texto.

3. Onde o boto mora?

4. Procure no dicionário e escreva o significado das palavras: criatura, sedutor, encantada, superfície.

Essas perguntas são bem estruturadas para estimular a interpretação textual, a localização de informações explícitas, e também para ampliar o vocabulário dos estudantes. A quarta questão, em especial, contribui para o uso do dicionário em sala de aula — uma habilidade importante para o desenvolvimento da autonomia leitora.

Recursos visuais e envolvimento dos alunos

Outro ponto positivo do material é o uso de um desenho fofo e expressivo do boto, com traços simples e chamativos para os alunos, especialmente os mais novos. Esse recurso ajuda na identificação do personagem, podendo ser usado como ponto de partida para atividades artísticas, como:

• Colorir o boto;

• Recontar a história oralmente com fantoches ou dramatizações;

• Produzir um final diferente para a lenda em duplas ou grupos;

• Criar outros personagens do folclore brasileiro e comparar suas histórias.

 Dica pedagógica: ampliando o trabalho em sala de aula

A partir dessa atividade, o professor pode enriquecer a sequência didática com algumas propostas complementares:

• Roda de conversa: debater com os alunos se eles conhecem outras lendas brasileiras e fazer um mural com os nomes e regiões de origem;

• Mapa do Brasil: localizar a região Norte e destacar onde vive o boto cor-de-rosa;

• Cartaz com regras ortográficas: montar coletivamente um quadro com palavras compostas com e sem hífen;

• Produção textual: propor que os alunos criem uma carta para o boto, perguntando sobre sua vida no fundo do rio.

A atividade “O boto cor-de-rosa” é uma excelente ferramenta pedagógica para trabalhar, de forma integrada, literatura, folclore e ortografia com os alunos do 3º ao 5º ano. Além de explorar uma das lendas mais fascinantes do Brasil, o material proporciona um momento divertido, reflexivo e de aprendizado real, respeitando o nível de desenvolvimento das crianças.

Incluir o folclore nas práticas escolares não é apenas celebrar a cultura nacional, mas também ensinar com sentido, emoção e imaginação — três ingredientes indispensáveis para formar leitores críticos e apaixonados pelas nossas raízes.

Betânia Maximiano

Atividades

Há alguns exemplos de atividades em nossas coleções que podem te ajudar na preparação de sua aula. Acesse as nossas coleções Folclore e Lenda, que você pode utilizá-las como atividades complementares, e Recursos Pedagógicos, onde temos diversas atividades abortando temas de interesse dos aulos.

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Habilidade da BNCC:

(EF15LP03) Localizar informações explícitas em textos.

(EF35LP03) Identificar a ideia central do texto, demonstrando compreensão global.

(EF35LP04) Inferir informações implícitas nos textos lidos.

(EF35LP05) Inferir o sentido de palavras ou expressões desconhecidas em textos, com base no contexto da frase ou do texto.

(EF04LP03) Localizar palavras no dicionário para esclarecer significados, reconhecendo o significado mais plausível para o contexto que deu origem à consulta.